Tropical Diaspora Records®
Ogunhê ☆ por Nhocuné Soul
Ogunhê ☆ por Nhocuné Soul
Tropical Diaspora® Records apresenta
Saudamos um novo membro da família Tropical Diáspora de quem muito nos orgulhamos. Este é um projeto que representa tudo o que a Tropical Diaspora® Records representa. Nhocuné Soul é uma banda com uma história que nós da Tropical Diáspora® Records temos orgulho de dar voz.
Em 1996, Renato Gama reconheceu no show de Fernanda Abreu uma mistura de samba rock nunca antes ouvida por ele. O estilo o inspirou a se dedicar à formação de uma banda. Na faculdade fez amizades e decidiu criar o “Clan”, banda que mais tarde ficou conhecida como Nhocuné Soul.
Com cerca de 15 anos de história e três discos gravados de forma independente, o Nhocuné Soul é uma banda consolidada no cenário musical paulista. A Banda surgiu na década de 90 no bairro de Nhocuné (Vila Nhocuné) na periferia leste de São Paulo, antiga senzala.
A maioria dos integrantes da banda eram originários da Vila Nhocuné e o nome da banda não poderia ter significado mais emblemático. A palavra Nhocuné está relacionada à forma como os escravos adaptam a língua colonial imposta, pouco musical e não melódica, à língua falada atualmente no Brasil. A palavra vem da abreviatura de “sinhô coroné”, ou seja, Sr. Coronel também sinhô = Nho e coroné = cuné . O destino, ao que parece, não deixa de ter ironia: o título de coronel era geralmente comprado pelo homem mais rico do distrito para impor respeito e, portanto, esse coronel era provavelmente apenas mais um colonialista, o dono das senzalas e das propriedades que deram origem para este distrito como é conhecido agora.
Entre as décadas de 80 e 90, o bairro passou a ser considerado um dos mais violentos da zona leste de São Paulo, muitas vezes as pessoas precisam omitir que eram moradores daquela área para conseguir um emprego. Batizar o grupo como Nhocuné foi uma das formas de resgatar a autoestima daquele lugar.
Se houvesse uma analogia nisto para o Nhocuné Soul, seria sobre a acumulação de conjuntos de habilidades. A soma dos desafios anteriores em mais um. Uma homenagem a esse caminho, a tudo o que se tornaram e mais do que isso: uma celebração de um lugar onde a esperança superou a miséria. É uma homenagem. Uma articulação de reverência a todas as pessoas do mundo que vivem nas mesmas condições. Este é esse som. Aquele lugar.
É também uma banda com maior sensibilidade musical. As raízes do samba, soul, rock e funk, com entonações de hip hop e peso do violão, resultam em um som dançante contagiante. Entre algumas influências musicais extremas de mestres como Itamar Assumpção, Benito de Paula, Gerson King Combo e Tim Maia, as letras falam da valorização do ser humano.
Nhocuné Soul foi convidado para eventos como a comemoração dos 60 anos da Declaração dos Direitos Universais no SESC Itaquera em 2008, a banda participou das festividades de comemoração da Consciência Negra (Batuque na Cozinha – Negro é Resistência) no SESC Santo André em 2009 e o projeto Experimentando Música, em Diadema 2010. Além disso, Nhocuné Soul foi destaque no Favela Attitude Show na 5ª Festa Negra, na favela do Real Parque e na Casa Hip Hop, também em Diadema. Os Nhocuné Soul também participaram da 5ª edição do Projeto Antídoto – Mostra Internacional de Ações Culturais em Zonas de Conflito do Itaú Cultural em 2010. Também participaram de festivais como Mistura Som no SESC Ipiranga em 2008 e ABC do Som em 2007. Por fim, foram selecionados entre mais de 540 artistas inscritos no projeto SESI MUSIC BRASILEIRA 2009. Esses poucos convites refletem o engajamento da banda em traduzir o cotidiano das periferias em músicas que falam sobre o preconceito racial, a falta de perspectiva do jovem, as questões habitacionais e a relação com um Estado descuidado. Assuntos que não se restringem apenas às letras, mas fazem parte do real dia a dia de seus integrantes.
Neste momento o Nhocuné Soul está recebendo suas duas primeiras músicas em um disco de vinil de 7 polegadas a ser lançado pela Tropical Diaspora Records como disco bônus no também novo projeto musical solo do vocalista e fundador Renato Gama chamado Olhos Negros Vivo .
Garrincha e Dr. Sócrates