Tropical Diaspora Records
As Margens Do Rio Doce by Ska Maria Pastora Bundle Edition [Vinil + Cassete]
As Margens Do Rio Doce by Ska Maria Pastora Bundle Edition [Vinil + Cassete]
Preço normal
R$ 327,00 BRL
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Preço promocional
R$ 327,00 BRL
Preço unitário
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☆☆ Preço especial limitado
PACOTE Vinil + Cassete☆☆
Álbum: As Margens Do Rio Doce
lançado pela primeira vez em CD em 2012
por Ska Maria Pastora
Final Cut Remasterizado para Vinil e Cassete
Música da Diáspora Tropical do Brasil e Jamaica
Duas diásporas afro separadas por geografia
unidos pela resistência.
Frevo & Ska as irmãs na resistência e na luta de classes.
Você pode ter ouvido falar sobre isso. Desde 2012 o Frevo é reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial. O Frevo pernambucano obteve então o reconhecimento que merecia e partiu de importantes instituições internacionais. Assim, pode ser celebrado como o incrível legado que é. Mas desculpe desapontar você. O Frevo é reconhecido há muito tempo pelas pessoas que contribuíram para sua criação e prática. O selo da UNESCO significa apenas a monetização pelas elites de Paris, Londres, Berlim, Nova Iorque… de uma prática cultural que não pertence a ninguém, mas às pessoas que a cultivam.Originário dos desfiles carnavalescos de bandas militares, o nome Frevo significa ferver enquanto a dança frenética faz ferver. Mas a dança tira da Capoeira o movimento como arma e disfarce, pois quem fervia nas ruas do carnaval pernambucano eram as massas desordenadas que vão e vêm sem direção reconhecível. Praticamente não existe dança popular no mundo que não seja uma expressão de luta, uma forma de levar a cabo a luta.
O Ska Maria Pastora retoma a tradição dos desfiles de Frevo e mescla com uma linha de baixo ambulante acentuada com ritmos off beat, ou seja, o Ska. Frevo e Ska. Ska Maria Pastora mostra como nenhum outro o que significa revisitar o Ska usando as harmonias do Frevo para ferver o Ska Jamaicano com o carnaval.
Jamaica e Brasil fundidos numa mistura única. O Nordeste brasileiro e o Caribe, dois lugares que testemunharam as primeiras revoluções da história moderna: as revoluções dos quilombolas. Muitas vezes descritos como grupos de escravos fugitivos, foram autênticas revoluções populares, como no caso do grande Zumbi dos Palmares, o líder quilombola que ajudou a criar um imaginário de resistência e luta que continua até hoje. Um dos pontos altos das revoluções negras nos territórios hoje conhecidos como Américas foi a revolução na colônia francesa de Saint-Domingue liderada por Toussaint Louverture que deu origem ao estado independente do Haiti, uma revolução que abalou os alicerces do Metrópole francesa Paris. Nunca se esqueça dessas histórias ao ouvir a seção de metais da Ska Maria Pastora: a marcha dos quilombolas.
Nos conflitos para controlar o tráfico atlântico de escravos e as lucrativas plantações de açúcar utilizadas como campos de extermínio da população negra, surgiu a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, que ilumina a história de Pernambuco até as elites portuguesas do Brasil reconquistarem o enclave. Os holandeses incendiaram Olinda, capital da Nova Lusitânia. Mas antes disso houve o saque de Recife e Olinda por corsários e comerciantes ingleses. A UNESCO declarou o patrimônio colonial de Olinda Patrimônio Mundial em 1982. Um local de vergonha. Espanhóis, portugueses, ingleses e holandeses estiveram envolvidos na reivindicação das terras que pertenceram aos Tupi-Guarani. Mas o açúcar era uma mercadoria demasiado doce para os bolsos dos colonialistas deixarem desaparecer os lucros do comércio. A história moderna do Nordeste do Brasil começa aqui, com campos de extermínio, genocídio em massa e potências imperiais lutando entre si pelo controle da produção de açúcar que primeiro invadiu a sociedade aristocrática europeia e mais tarde serviu como principal fonte de energia para as classes trabalhadoras empobrecidas que povoavam o fábricas da revolução industrial que empobreceriam ainda mais o Sul Global.
A acumulação primitiva começou em lugares como Pernambuco e estilos como o Frevo significam a resistência criativa das populações na sua luta pela soberania. Assim como o Ska, que cresceu como uma combinação do Mento caribenho e do Calypso com o jazz afro-americano e os ritmos de Nova Orleans. Mais tarde, o Ska evoluiu para o Reggae, outro Patrimônio Cultural Imaterial nomeado pelos neocolonialistas da UNESCO. Mas o Reggae e o Ska não precisam de reconhecimento de nenhum órgão internacional elitista, uma vez que se tornaram verdadeiros ritmos internacionais dos povos do Sul global. Poderia ter acontecido com o Frevo também, mas o Império Britânico sempre esteve mais interessado em exportar os seus produtos coloniais, tal como explorou a força de trabalho das Índias Ocidentais para abastecer o seu complexo industrial na Grã-Bretanha. O que eles não previram foi a aliança entre os emigrantes das colónias e as crianças da classe trabalhadora britânica que deu origem à subcultura skinhead contra o preconceito racial.
Os destinos dos povos do Sul Global cruzam-se em ritmos como o Ska e o Frevo, que se tornam hinos do verdadeiro internacionalismo.
Editado por Dr.Sócrates
Música de Deco Trombone
Organizado por Ska Maria Pastora
Remasterizado e reeditado para vinil e cassete
por Tropical Diaspora® Records