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Tropical Diaspora Records®

Pan Bras'Afree'Ke Vol.1 por HÖRÖYÁ

Pan Bras'Afree'Ke Vol.1 por HÖRÖYÁ

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Pan Bras'Afree'Ke Vol.1

Segundo álbum de Höröyá

Brasil > Mali > Guiné > Senegal > Burkina Faso

O grupo Höröyá lança seu segundo álbum, Pan Bras'Afree'Ke Vol.1, com faixas gravadas e produzidas em São Paulo, Bamako (Mali) e Bobo-Dioulasso (Burkina Faso), na África Ocidental. O conceito do álbum é o movimento Pan-Africano, que, incluindo o Brasil, também une Guiné, Mali, Senegal e Burkina Faso. Sob o comando de André “Piruka” e coproduzidas pelo grande maestro Cheick Tidiane Seck, um dos grandes nomes da música do Mali e do continente africano, as músicas contam ainda com a participação de outros grandes músicos locais, como Petit Adama Diarra e Barou Kouyate, que acrescentam timbres diferenciados às faixas, com balafon, tama, kamele ngoni, djeli ngoni e os famosos teclados do maestro. Seguindo a proposta musical de Höröyá, criando “possíveis e novas tradições” que, com base, proponham novos ritmos e caminhos para musicalidades de matrizes negras, africanas e da diáspora. As novas faixas reúnem toques de candomblé e melodias griot, com ritmos pungentes que combinam funk e jazz com a linguagem já conhecida por Cheick Tidiane Seck. As faixas contam ainda com a participação dos músicos senegaleses Moustapha Dieng, Maguette Mabye e Karbala Sene e do guineense Bangaly Konate. O álbum também conta com as vozes da yalorixá Genilce de Ogum, e de Naruna Costa, atriz e integrante do grupo Clarianas, que realiza também parte da coprodução do álbum.

O afrobeat estava em voga há alguns anos. Todos procuravam inspiração em África, especialmente na música e nas palavras de Fela Kuti, o grande músico nigeriano que criou o Afrobeat do Highlife da África Ocidental e o funk afro-americano que encontrou depois de ter contacto com os Panteras Negras nos EUA. No Ocidente, a cena musical independente estava em crise e o Afrobeat parecia oferecer uma boa oportunidade para resgatar os músicos ocidentais que, perante um presente vazio e despolitizado, pensavam que “tornar-se africanos” poderia dar-lhes um excedente muito necessário na indústria. Grande baterista e compositor da África dos anos 70, Tony Allen começou a fazer turnês, aparecendo em todos os festivais do Ocidente e colaborando em todos os novos discos feitos. Algumas bandas começaram a incluir músicos da diáspora africana que serviam para legitimar as bandas como figurantes coloridos e ajudavam a autenticar ritmos e letras. O afrobeat estava em toda parte. Veio do Ocidente e recuperou algum passado glorioso perdido na “escuridão” da história africana. Em países como o Brasil, mas também nos EUA, o Afrobeat serviu para que as elites (brancas) descobrissem a herança africana sem se sentirem incomodadas com isso. É algo muito estranho se considerarmos que o Brasil tem a segunda maior população negra do mundo. De alguma forma, numa reelaboração distorcida da dialéctica hegeliana Mestre-Escravo abordada por Frantz Fanon, o Ocidente reconheceu a sua dependência da tradição musical africana sem reconhecer a independência de África relativamente à sua visão do mundo.

Trecho de Gri Gri Bá editado por Dj Dr.Sócrates




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